NOTÍCIAS » 13% DOS MOTORISTAS SÃO REINCIDENTES

O desafio que o engenheiro civil Ramon Victor César, 52 anos, tem pela frente é grande. Na presidência da BHTrans, no momento em que o trânsito de Belo Horizonte torna-se cada vez mais impraticável, visto o crescimento acelerado da frota, completamente desproporcional para o que a cidade foi projetada (são 400 mil veículos/ dia somente na área do Hipercentro), ele está cheio de novas idéias e uma vontade nítida de colocar em prática seus conhecimentos técnicos. Conta, principalmente a experiência de seis anos na Secretaria de Estado de Transporte e Obras Públicas (Setop), onde atuou como assessor especial.


Que novos projetos o senhor pretende adotar para melhorar o trânsito da capital?

Temos três projetos importantes, incluindo o metrô, que tem todo o envolvimento do prefeito Marcio Lacerda, mas será conduzido a três mãos (município, Governos do Estado e federal). É preciso dar uma solução definitiva para o metrô. Já com o envolvimento direto da Prefeitura de Belo Horizonte está o projeto dos corredores de transporte rápido para ônibus. Vamos começar com uma primeira experiência nas avenidas Antônio Carlos (onde hoje circulam70 mil veículos/ dia) e Pedro I (60 mil veículos/dia), ou seja do Vilarinho até a área central. Este ano vamos desenvolver o projeto executivo, pois precisamos da conclusão das obras da Avenida Antônio Carlos. Hoje existe um acordo entre PBH e Governo do Estado para viabilizar a última etapa da Avenida Antônio Carlos, que é o trecho faltante da Rua dos Operários até o Complexo da Lagoinha. Pode-se perceber que tem uma pista central dedicada aos ônibus. O projeto do transporte rápido para o ônibus é justamente adaptar aquela pista para um sistema de ônibus de alta capacidade de transporte de pessoas, com uma velocidade muito próxima da velocidade média do metrô, por exemplo. Para isso, toda aquela pista central tem que ser adaptada com estações, com pontos de parada, estações de entrada, de forma a permitir que todas as operações que gastam tempo no transporte sejam minimizadas.

E o polêmico projeto da construção da nova rodoviária no Bairro Calafate, que gerou controvérsias sobre a localização por parte da comunidade que se posiciona contra. Foi sepultado?

Existe um projeto muito bem estruturado e muito bem preparado para a rodoviária no Calafate. E no período eleitoral, o prefeito Marcio Lacerda se comprometeu com a comunidade de voltar a discuti-lo. O projeto não foi sepultado, Marcio Larceda prometeu voltar a discussão. A BHTrans e a Secretaria de Políticas Urbanas, estão preparando melhores estudos sobre aquela localização para dar subsídios a essa discussão. Nós estamos começando a preparar estudos técnicos do tipo vantagens, desvantagens, pontos fortes, pontos fracos mesmo no contexto do Corta Caminho (Viurbs). Mesmo o Viurbs tem muitas obras pensadas para aquela região. Vamos ver qual o impacto dessas obras na melhoria do trânsito na região. Estamos preparando um conjunto de informações para permitir ao prefeito fazer essa discussão com a comunidade. E será o fruto dessa discussão que se vai tomar uma decisão.

A BHTrans vem consolidando uma imagem ruim perante os cidadãos , de ser muito eficiente para multar e, e em menor proporção, na solução eficaz para a melhoria no trânsito. Como o senhor pretende trabalhar a questão?

Nos últimos anos, mantém-se um padrão mais ou menos de 1/3 da frota de veículos concentrando todas as multas, ou seja, mais ou menos, 2/3 não têm multas. Destes 1/3, 20% tem uma única multa. As multas estão mais concentradas em 12% e 13% da frota de veículos. São motoristas que ficam reincidentes, que estão constantemente, infringindo algum artigo do código de trânsito. É velocidade excessiva ou é estacionamento em local proibido. Várias infrações de trânsito. A orientação deste o primeiro dia que cheguei aqui é de cada vez mais investirmos em operação de trânsito, que é um conceito mais amplo do que fiscalização simplesmente, embora não a dispensamos. A fiscalização tem que ser feita até por um dever legal, nós não podemos permitir é que as pessoas não sigam as regras da lei de trânsito. Mas nós precisamos concentrar cada vez mais atenção na orientação, na gestão do trânsito no dia-a-dia da cidade.
20 fev 2009 - Hoje em DiaVoltar