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Aumentam exigências sobre as autoescolas
Eduardo Vanini e Jacqueline Silva
Repórteres
Pelo menos 60% dos alunos das autoescolas terão que ser aprovados nos testes teóricos e práticos
de habilitação, sob pena de suspensão do credenciamento das instituições. A norma faz parte do
novo pacote de medidas do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que torna mais rígidas as
regras para a formação de motoristas e para o licenciamento de centros de formação de
condutores. A Resolução 358 chegou a ser publicada no Diário Oficial da União no último dia 19,
mas, devido à supressão parcial do texto, terá nova publicação na próxima semana, sem flexibilizar
as orientações. Ontem durante o seminário que reuniu, em Juiz de Fora, cerca de 150 empresários
do setor, da Zona da Mata e do Campo das Vertentes, o presidente do Sindicato dos Centros de
Formação de Condutores de Minas Gerais, Rodrigo Fabiano da Silva, declarou que as autoescolas do
estado terão dificuldade para se adequar. Em Juiz de Fora, o índice de reprovação chega a 75%,
enquanto, em Minas, em média, 55% dos candidatos não conseguem tirar a Carteira Nacional de
Habilitação (CNH).
“A parte teórica, nós entendemos que é importante, porque força as empresas a melhorarem a
qualidade e se organizarem. Já a parte prática, preocupa-nos, porque é um índice que nunca foi
atingido no estado. O sucesso no exame não depende apenas da empresa. Muitas vezes, indicamos
que o aluno faça mais aulas, mas ninguém pode obrigá-lo se já tiver atingido a carga horária
obrigatória.” Ele destaca, ainda, o preparo psicológico de cada candidato durante a prova e a
interpretação dos examinadores, que pode sofrer variações. “Estamos estabelecendo diálogos com o
Detran no sentido de saber o que as autoescolas podem fazer para atingir esse índice.” Conforme a
assessoria do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o percentual mínimo de 60% de
aprovação será cobrado no momento em que os centros forem renovar suas licenças, valendo o
desempenho dos alunos nos 12 meses anteriores.
A Resolução 358 também estabelece novos critérios para a preparação dos profissionais do setor,
ampliando a carga horária de formação, que passa de 140 horas/aula para 220 horas/aula no caso
de diretor geral e diretor de ensino das autoescolas. Já para o cargo de examinador, o aumento
será de 120 horas/aulas para 180 horas/aula. O Contran vai além, determinando que, a cada cinco
anos, estes profissionais passem por curso de atualização.
Baliza
Durante o seminário de ontem, também foram anunciadas adaptações a serem aplicadas no
processo de formação de motoristas em Juiz de Fora. Uma delas é a prova de baliza feita em cones,
que deverá ser realizada separadamente do circuito prático. Não há ordem definida para execução
das etapas, no entanto, o candidato terá que ser aprovado em uma fase antes de passar para a
seguinte. Essa regra deve entrar em vigor dentro de, no máximo, dois meses. Já a biometria para o
exame de direção começará a ser utilizada entre o final deste ano e o início de 2011.
Outra novidade apresentada foi o Sistema e-prova, que permite a execução dos exames teóricos
pelo computador. O representante do grupo responsável pela criação do mecanismo, Sérgio Soares,
mostrou ao público o aparelho através do qual os usuários respondem às questões mostradas na
tela do computador. Trata-se de um teclado especial, com teclas relativas às opções de resposta,
além de indicar o início e o final da prova. “Entre as vantagens, estão o fato de a prova já estar
corrigida assim que for concluída e a ausência de fraudes”, argumentou. Segundo Soares, o sistema
foi homologado pelo Detran e já está presente em 180 centros de formação mineiros. Não há
previsão de instalação em Juiz de Fora.
31 ago 2010 - Tribuna de MinasVoltar