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Autoescolas oferecem leitura de mão e até manicure para atrair clientes no Japão
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Com a recessão econômica, setor vem usando a criatividade para atrair clientes, apostando até em trabalho voluntário para estudantes.Diante de uma população cada vez menos jovem e de um panorama econômico que só agora começa a dar mostras de que está melhorando, as autoescolas japonesas vêm usando a criatividade na hora de conquistar novos clientes. Algumas oferecem aulas de inglês, etiqueta, conselhos pessoais e até serviço de manicure – além das aulas básicas de sinalização e direção.

No subúrbio de Musashino, em Tóquio, está localizada a Autoescola Musashi-Sakai, uma das mais populares da cidade. Ali os alunos mantêm a agenda cheia de atividades, que começa com trabalho voluntário pela manhã, varrendo os arredores do circuito. Depois, os alunos passam por aulas de sinalização e lei de trânsito e vão para aulas práticas.

Quem cansar pode ir direto dali para a sala de massagem. Paradinha para o almoço, depois mais aulas (inclusive de inglês) e aí quem quiser pode aproveitar para ver seu destino nas linhas da mão ou então fazer as unhas. A escola também oferece cromoterapia e serviços bem parecidos aos de um spa.

Cada atividade extracurricular custa 100 ienes, o equivalente a R$ 1,90. Baratinho, não? Alunos mais confiantes e mais abonados contam até com um guichê para levantar todas as informações para comprar um carro.“Nossa prioridade é oferecer aos clientes o maior número de serviços”, disse Aki Takahashi, diretora da escola, em entrevista à agência Kyodo.

“De uma maneira positiva, nós estamos ampliando as expectativas deles”. A Autoescola Masuda, em Shimane, também vem conquistando resultados muito bons com seu programa de educação, além das aulas de direção. Numa área de 250 mil metros quadrados, a escola tem acomodações para até nove estudantes.

Conhecida como M Land, conta com lanchonete, loja de conveniências e até um campo pequeno de prática de golfe. O programa “básico” começa com as saudações logo cedo. Segundo a escola, ali tem início o exercício do espírito de doação que deve ser aplicado mais tarde quando o motorista estiver ao volante pelas ruas do Japão.

Nessa escola, além da moeda nacional, o iene, é usada uma moeda “local”, M Money. Para acumular créditos nessa moeda, os estudantes ajudam com trabalhos, como varrer o circuito e limpar os banheiros. Mais de 6 mil estudantes são aprovados no teste de direção todos os anos. Eles vêm de todas as partes do país, guiados pela experiência de ex-alunos.

Durante o período do boom econômico no Japão, as autoescolas cresceram na mesma proporção que as vendas de carros. Mas, por volta de 1990, o mercado atingiu seu pico, o que resultou em dificuldades para o setor. Segundo dados oficiais, 2,64 milhões de pessoas tiraram carta em 1988, mas o número vem caindo desde então, despencando para 1,62 milhão no ano passado.



13 nov 2009 - Voltar