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Bomba para a sinalização
Desafio. Áreas onde são realizados exames de direção apresentam pinturas precárias das faixas e placas apagadas
Cinco das seis áreas de testes na capital são problemáticas, segundo instrutores
Andréa Silva
Se não bastasse o habitual nervosismo vivenciado durante o exame de direção, os candidatos a motoristas em Belo Horizonte estão enfrentando um outro grande desafio no momento do teste prático. Cinco dos seis pontos de provas da cidade - Barreiro, Mineirão, Alípio de Melo, Venda Nova e Santa Inês - possuem trechos com a sinalização precária ou inexistente. A situação é pior com a sinalização horizontal (pinturas nas pistas). Muitas das faixas de paradas obrigatórias e as marcas delimitadoras estão quase invisíveis, contribuindo para a reprovação dos futuros motoristas. A reportagem de O TEMPO percorreu as áreas de exames no entorno do Mineirão e no bairro Alípio de Melo (região Nordeste) acompanhada por dois instrutores de autoescola. Em ambos locais, as más condições da sinalização foram facilmente constadas..

No cruzamento das avenidas Carlos Luz e Coronel Oscar Paschoal, na Pampulha, as faixas pintadas nas duas esquinas estão com problemas. De um lado é quase impossível enxergá-las. Do outro, as faixas que haviam sido desativadas ao serem cobertas com piche ainda estão visíveis. O resultado é uma confusão entre o que ensinam os instrutores e o que exigem os examinadores do Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) durante o exame. De acordo com o instrutor Alberto Duque de Oliveira, 33, funcionário de um Centro de Formação de Condutores (CFC) em Venda Nova, o desencontro de informações aumentou o índice de reprovação dos de seus alunos em pelo menos 25%.

"Por mais preparado que esteja um aluno, na hora do exame, o nervosismo pesa. Para amenizar o estresse, além, é claro, de um bom treinamento, os candidatos merecem fazer o teste em lugares que lhes ofereçam condições mínimas", disse. Na segunda-feira, Oliveira levou a aluna Dunalva Soares Braga, 41, para treinar pela primeira vez no Mineirão. "O lugar é bem tranquilo, mas estou assustada com a falta de visibilidade das faixas em alguns pontos. Isso preocupa", disse a candidata a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Instrutor de uma autoescola no bairro Alípio de Melo, João Pires de Souza, 35, afirma que a área de exame do bairro está completamente abandonada. Conforme Souza, os principais trechos de prova não tem sinalização de parada obrigatória ou faixa de pedestre.

"Um exemplo é a rua dos advogados. A via tem uma grande movimentação, inclusive com circulação de ônibus. No entanto, há poucas placas de parada obrigatória nos cruzamentos e a área acaba sendo um ponto perigoso para os alunos". Segundo os instrutores que acompanharam a reportagem, os problemas da área de exame no Mineirão e no Alípio de Melo são os mesmos registrados no Barreiro, em Venda Nova e também no bairro Santa Inês. Em nota, a Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) informou que irá fazer uma vistoria nos locais indicados para averiguar a necessidade de reforço na sinalização existente.. Confirmada qualquer falha, a empresa tomará as providências necessárias. O órgão informou ainda dispor de canais de comunicação para receber as demandas da comunidade. As sugestões podem ser feitas pelo telefone (3277-6500), via Internet (www.bhtrans.pbh.gov.br) ou nas regionais.

Legislação

Norma. O Código de Trânsito Brasileiro determina que o órgão ou entidade de trânsito com circunscrição das vias é o responsável pela implantação da sinalização, respondendo por sua falta, insuficiência ou incorreta colocação.

Números de BH

259
autoescolas funcionam em Belo Horizonte

172,8 mil é o número de candidatos a CNH por ano na capital

40,2 mil candidatos a motoristas conseguiram a carteira em 2008

878 mil pessoas possuem o documento de habilitação na capital


Candidatos também reclamam da pouca visibilidade das placas
Candidatos também reclamam da pouca visibilidade das placas
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Reprovação
"A placa estava encoberta"
A falta de experiência, somada ao nervosismo e às más condições de sinalização foram decisivos na reprovação do exame de rua de Marcos Brasileiro da Silva, 24. "Fui reprovado ao passar por uma placa de pare que estava encoberta por galhos de uma árvore", contou o rapaz, que fez exame de direção na área do bairro Santa Inês. Conforme o chefe do serviço de habilitação do Departamento Nacional de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), delegado Adilson Aguido, prestar atenção na sinalização é exigência comum em todos os exames de direção.

O delegado explicou que o candidato a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) que parar em cima, depois ou passar direto da faixa de retenção, que determina parada obrigatória, comete falta gravíssima e é reprovado na hora. Conforme o delegado, rem relação as condições das placas, marcas e faixas horizontais nas vias das áreas de exame, o próprio Detran-MG avisa a Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) sobre a necessidade de reparos ou trocas.

Normatização. As informações que regulamentam o trânsito no país, advertindo os usuários das vias, indicando serviços, sentidos e distâncias são classificadas pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB).[NORMAL_A] A sinalização de trânsito tem o papel de informar e orientar os usuários das vias. Placas, inscrições nas pistas, sinais luminosos, gestos e sons compõem o código de trânsito em todo o mundo. (AS)


Publicado em: 01/07/2009
02 jul 2009 - O TempoVoltar