NOTÍCIAS » DISTRITO FEDERAL: QUADRILHA COBRAVA ATÉ R$ 6 MIL PARA GARANTIR OBTENÇÃO DE CNH

Os suspeitos indicavam uma pessoa com as mesmas características físicas dos alunos para realizar os testes

Após 10 meses de investigação, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu em flagrante um grupo suspeito de fraudar o processo para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), em Ceilândia e Taguatinga. Após investigações, a corporação descobriu que o grupo cobrava de R$ 3 a R$ 6mil pelo documento, conforme era realizado o processo.

Na ação, a Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes (Corf) cumpriu 10 mandados de prisão e 22 de busca e apreensão. Até o início da tarde desta quarta (24), 12 pessoas que obtiveram a CNH por meio da quadrilha foram identificadas. "Quem comprou o documento do grupo colaborou com falsidade ideológica. Conforme consigamos identificá-los, eles terão a carteira cancelada e serão indiciados podendo pegar até cinco anos de reclusão", esclareceu o delegado da Corf, Jeferson Lisboa.

Ação

O chefe da quadrilha, Adriano Reis Cotts Sá, 34 anos, coordenava todo o esquema e agia em uma escola em Ceilândia. Segundo o Lisboa, o grupo obeservava as pessoas que não conseguiam passar nos exames e fazia a proposta para facilitar o processo sem que os canditados tivessem que fazer as provas práticas e escritas. "Diante do valor que variava entre R$ 3 e 6 mil, eles procuravam em um banco de dados e colocavam outra pessoa com as mesmas características físicas para fazer o teste junto ao Detran-DF”, afirmou.

Funcionários do Detran-DF podem estar envolvidos

De acordo com a PCDF, as investigações continuam para descobrir como a quadrilha conseguia praticar com tanta facilidade essas fraudes nos exames e consequentemente no documento. A polícia ainda afirmou que a possibilidade do envolvimento de servidores do Detran-DF no esquema não é descartada.

Os suspeitos devem responder na Justiça pelos crimes de organização criminosa e falsidade ideológica, com penas de até 12 anos de reclusão.

O diretor do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), Jayme Amorim, afirmou que, a partir do segundo semestre, as autoescolas contarão com um sistema biométrico para a efetuar o exame na retirada da CNH.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília


Publicação: Quarta-feira, 24/02/2016 às 07:57:01 Atualização: 24/02/2016 às 14:29:11

Vitória Pereira

24 fev 2016 - Jornal de BrasíliaVoltar