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Fórum discute venda de bebidas alcoólicas em postos de combustíveis
Estado de Minas
Maria Tereza Correia/EM /D.A Press
Evento analisa limites para o comércio de álcool nas lojas de conveniência
Fecha-se o cerco contra a venda de bebidas alcoólicas para motoristas. Depois da proibição do comércio de álcool nos bares, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais localizados às margens das rodovias federais, medida provisória assinada pelo presidente Lula, em fevereiro, e das iniciativas do governo do estado de regulamentar a Lei Seca nas estradas estaduais, chegou a vez da restrição ao comércio de bebidas alcoólicas nas lojas de conveniência e postos de combustíveis da capital.

Na segunda-feira, a proposta de coibir a venda de bebidas nesses estabelecimentos será debatida no 1º Fórum Municipal de Políticas Públicas sobre Álcool e Trânsito, uma iniciativa da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). A previsão é que até o final do mês a PBH já tenha uma definição a respeito do assunto, segundo explicou a médica Celeste Rodrigues, coordenadora do grupo de trabalho instituído pela prefeitura para elaborar políticas públicas que reduzam os danos causados pela mistura de álcool e direção.

Além do governo federal e de Minas Gerais, entidades representativas dos donos de postos de gasolina e lojas de conveniência, como a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), vão participar do evento.

"O objetivo é ampliar a discussão", diz Celeste, que alerta para os altos índices de acidentes causados pelo consumo de bebidas alcoólicas por motoristas. “Fazemos um acompanhamento, em parceria com o Ministério da Saúde. Foram feitas entrevistas em hospitais e 11,6% das pessoas envolvidas em acidentes informaram que haviam bebido.” Estima-se que 35 mil pessoas morram, por ano, em acidentes de trânsito e outras 350 mil sofram algum tipo de ferimento ou mutilação.

O presidente do Minaspetro, Sérgio Mattos, destacou a importância do fórum na discussão para conscientizar motoristas sobre os risco de dirigir sob efeito de bebidas alcoólicas. “Já existem políticas públicas nacionais sobre o tema, com legislação específica. O que temos que analisar é a aplicação da lei, por meio de uma fiscalização eficaz. Não se pode punir setores comerciais, como as lojas de conveniência dos postos, que respondem por menos de 2% da venda de cerveja, e que nem tem o objetivo do comércio para o consumo no local”, afirmou Mattos.

Temas

Além da discussão sobre a restrição de vendas de bebidas alcoólicas, o fórum vai debater a Política Nacional do Álcool, elaborada pelo governo federal, programas de redução de acidentes de trânsito e melhorias na fiscalização. Também serão apresentadas pesquisas sobre o consumo de álcool e suas conseqüências.
12 mai 2008 - Estado de MinasVoltar