NOTÍCIAS » “MORTE” INCENTIVA MOTORISTA A IGNORAR CINTO

Ignorar o uso do cinto de segurança é algo comum para pelo menos metade dos brasileiros, segundo pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O repertório de justificativas por parte de quem comete a infração é extenso e inclui a velha desculpa do “é logo ali”. No entanto, é fato que acidentes podem ocorrer a qualquer momento. Uma campanha interessante foi a criada pela Prefeitura de Maringá, no Estado do Paraná, que promoveu uma ação inusitada usando a figura da "Morte" como personagem.

Em vias de grande movimentação, a Morte, com sua inseparável foice, aconselhava motoristas a não usarem o cinto de segurança. “O objetivo é conscientizar a população do alto índice de vítimas fatais que o trânsito maringaense está provocando em decorrência da imprudência”, explica o coordenador da Equipe de Educação no Trânsito, Rafael Martins.

Violência no trânsito
Estatísticas do 4º Batalhão de Polícia Militar mostram que 340 pessoas morreram em acidentes de trânsito desde 2010 no município. Somente de janeiro a agosto de 2015 foram 30 vítimas fatais.

Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontam que, em 2014, dos 1.505 acidentes nas rodovias federais de todo o país, foram registradas 413 mortes por falta de cinto de segurança. Já nos acidentes em que as pessoas usavam o cinto, dos 15.185 incidentes, houve 580 óbitos – na proporção, uma queda de 27% para 4%, nos dois cenários.

Usar cinto pra quê?
O uso do cinto de segurança diminui potencialmente os riscos de ferimentos graves e de morte em caso de colisão. O equipamento prende os ocupantes de um veículo aos acentos. Desta forma, impede que o corpo seja arremessado para fora do automóvel ou contra partes de sua estrutura. Além disso, a força do impacto é dissipada pelo cinto de segurança quando este se estica, fazendo com que a força resultante da colisão aplicada aos copos seja minimizada.

Apenas 7% dos passageiros que viajam no banco de trás de veículos utilizam o cinto de segurança, segundo dados da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet). Na pesquisa, a infração, considerada grave e que acarreta multa de R$ 127,69 ao motorista POR PESSOA QUE ESTIVER SEM CINTO -, é justificada pela falta de hábito, desconforto ou a ilusão de que o banco da frente servirá de proteção em um eventual acidente.

Mas não é bem o que acontece. O Centro de Experimentação e Segurança Viária calcula uma força 25 vezes maior no impacto de uma colisão a 50 quilômetros por hora sofrida por uma pessoa que pesa 50 quilos. O peso do passageiro, neste caso, chega a 1,25 toneladas. O ocupante do banco da frente pode até morrer.

13 out 2015 - Radar NacionalVoltar