Parte das 30 mortes de motociclistas registradas todos em vias públicas brasileiras poderiam ser evitadas com uma fiscalização mais rigorosa pelos órgãos de trânsito. A constatação é do presidente da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia), Marco Antonio Percope, a partir da análise dos resultados do estudo “Segurança em Duas Rodas”, que tem como objetivo conscientizar motociclistas sobre os riscos de práticas arriscadas enquanto dirigem.
A pesquisa mostrou que 90% dos acidentes ocorrem durante o dia, mesmo com a visibilidade melhor no período. Quase a metade dos registros é no período da manhã, um contraste com as ocorrências de outras categorias de veículos, cuja concentração de acidentes é maior no período noturno. “Acreditamos que isso ocorre muito em razão das condições do trânsito. A moto se torna uma alternativa, especialmente para agilizar atividades profissionais. A pesquisa mostra isso: grande parte das vítimas faz algum tipo de trabalho com a moto”, diz o médico em entrevista para a Confederação Nacional dos Transportes (CNT).
Percope avalia que uma das saídas para diminuir os casos de motociclistas mortos e sequelados depende de medidas como a restrição ao tráfego de motocicletas. Além disso, fiscalizar práticas como a formação de filas entre os carros, o que eleva o risco de acidentes.
Todos os anos, 12 mil motociclistas morrem no trânsito brasileiro. A quantidade de sequelados também é elevada. “O número é elevadíssimo. São mais de 30 óbitos por dia”, destaca. “Eles sofrem fraturas nos ossos e até danos ao sistema nervoso e à coluna. E são pacientes jovens, em idade produtiva, que às vezes precisam ser submetidas a tratamentos mais difíceis”, explica o presidente da SBOT. Quase nove em cada dez vítimas são do sexo masculino, 52% têm entre 18 e 30 anos, 28% de 30 a 40 anos e 20% têm mais de 40 anos.
by Redação , 18 de setembro de 2015
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