A Diretoria do Siprocfc-MG, representada pelo presidente Rodrigo Fabiano e pelas diretoras Cidiamara Faria e Claudia Santos, esteve reunida, nessa quarta-feira (04/03/15), com a nova chefia do Detran-MG, representada pela atual chefe da Divisão de Habilitação do órgão, Dra. Carolina Bechelany, e pelo chefe do Setor de Autoescolas, Sebastião Ferraz.

Na ocasião, o sindicato pontuou alguns assuntos que tem causado transtornos aos CFCs, como os problemas nas bancas examinadoras do interior - principalmente nas cidades de Mariana, Ouro Preto, Formiga, Januária e Conselheiro Lafaiete, além de várias cidades que possuem Ciretrans e não há examinadores. Sobre o assunto, Dra. Carolina afirmou que sua equipe irá mapear o Estado todo, a fim de identificar a necessidade de mais examinadores, e, para imediato, irá fazer contato com as regionais para que atendam as cidades mais próximas. “Se a proximidade for pequena, os candidatos se deslocam para a cidade mais próxima que tenha banca. A ideia é usar a estrutura já pronta das regionais para atender os cidadãos”, afirmou a nova chefe da Divisão de Habilitação, que adiantou que o Detran-MG está trabalhando para melhorar os processos. Outro ponto apresentado foi a falta de examinadores, ao que os representantes do Detran-MG afirmaram que o concurso ainda está em andamento.

Sobre o monitoramento dos exames de prática veicular através de câmeras, que ainda não foi implantado no Estado, Rodrigo explicou sobre os testes que já foram feitos desde 2013, que o processo parou e informou que o sindicato tem interesse em ver o sistema funcionando, pois seria uma forma de coibir qualquer tipo de fraude. Dra Carolina solicitou um projeto didático, que pudesse apresentar internamente, antes que o assunto seja retomado.

Outro problema apontado foi a situação das áreas de exames em BH, que estão muito cheias e distantes de alguns CFCs, o que dificulta o deslocamento dos instrutores e candidatos. “O ideal é que tenhamos de oito a dez áreas, uma em cada região da cidade. Solicitamos que as áreas sejam regionalizadas para facilitar os treinamentos com o mínimo de deslocamento e, ao mesmo tempo, evitar acúmulo de veículos de aprendizagem”, sugeriu Rodrigo, que ficou de enviar ao órgão um estudo feito através do Siprocfc-MG, em que foram colhidas sugestões da categoria com possíveis novas áreas de exames. Para completar, a Diretoria do Siprocfc-MG lembrou que já recebeu diversos relatos, principalmente do interior, sobre o Manual de Procedimentos, que não é seguido na prática. Além disso, sugeriu que os examinadores sejam servidores públicos de diversas áreas, como professores e profissionais da saúde, e que os policiais civis fiquem apenas na parte administrativa da banca para que seja resolvida a crônica falta de examinadores. “No interior, por vezes, já recebemos relatos de casos de examinadores que foram trabalhar armados”, relatou o presidente do sindicato. Sebastião Ferraz sugeriu que a tendência é que, em médio prazo, tenham examinadores com conceito mais administrativo.

O simulador de direção veicular também foi tema da reunião. Após muita polêmica, por fim, o equipamento se tornou facultativo no Brasil, mas, para seu uso na prática, ainda faltam procedimentos técnicos em Minas Gerais, como a interligação entre as máquinas e o sistema da Prodemge, o que ainda não existe. “Muitos CFCs adquiriram o simulador, mas não podem validar as aulas, pois não há interligação. Ano passado até tentaram, mas o processo não evoluiu. Parou no momento em que as empresas aguardavam a autorização do Detran-MG”, lamentou Rodrigo. E por falar em Prodemge, a companhia também foi lembrada por diversos outros problemas, como o sistema ultrapassado e congestionado que oferece ao Detran Empresas. Sebastião lembrou que mudar as plataformas de informática teria que ser uma decisão do governador.

Sobre a falta de biometria para a categoria A, a Diretoria do Siprocfc-MG sugeriu que o próprio instrutor possa fazer os procedimentos de abertura e fechamento das aulas nas próprias motopistas, sem que tenha a presença do diretor de ensino, mas, para isso, precisaria de uma estrutura informatizada, além de câmeras de monitoramento. “Precisamos de determinação do Detran-MG sobre como vai funcionar, pois o sistema já existe”, afirmaram os diretores do sindicato. “Falta fiscalização nas motopistas, assim como falta nas categorias C, D e E, nas quais foi autorizado o uso de notebooks por causa da falta de locais para estacionamento na frente das empresas”, completou o presidente Rodrigo Fabiano.

Outro ponto debatido foi a necessidade de os Diretores de Ensino e Gerais estarem presentes nas aberturas e fechamentos de todas as aulas. “Atualmente é assim: ou abrem e fecham aulas ou fazem o restante do trabalho”, argumentou a diretora Cidiamara Faria, que acrescentou que “o ideal é que seja criada uma situação em que estes profissionais estejam nos CFCs, mas sem a necessidade de comprovar a presença de aula em aula”, finalizou.

A situação dos examinadores e instrutores que não têm curso superior é preocupante. O prazo para se adequarem vence em agosto deste ano. Sobre o assunto, a Dra. Carolina Bechelany disse esperar o posicionamento da Diretora-Geral do Detran-MG, Dra. Andrea Vacchiano, que, segundo ela, deve se pronunciar em breve. O presidente do Siprocfc-MG sugeriu que o Detran-MG intervenha no caso e peça ao Denatran que o prazo seja prorrogado por, pelo menos, mais cinco anos, assim como o Ministério da Educação (MEC) fez com os professores.

Por fim, a Diretoria do Siprocfc-MG informou que pretende realizar, ao longo do ano, diversos eventos em BH e no interior, como rodadas de seminários, para que a categoria esteja sempre informada e participativa nas questões de interesse dos CFCs. Os representantes do Detran-MG sinalizaram positivamente e disseram que estarão presentes nas ocasiões.

Para o presidente do Siprocfc-MG, todos os itens da pauta são importantíssimos e são assuntos que já estavam sendo tratados desde o início do ano passado, com a chefia anterior, mas que por diversos motivos ainda não foram resolvidos. “É importante que os assuntos voltem a ser debatidos, a fim de que possam ser promovidas melhorias no segmento”, afirmou Rodrigo Fabiano, que colocou o Siprocfc-MG à disposição do Detran-MG para auxiliar no que for necessário, visando o avanço do segmento e melhores condições para o desenvolvimento dos trabalhos dos CFCs mineiros.

A pauta foi extensa, mas a Dra. Carolina Bechelany prometeu dar um retorno o mais breve possível, principalmente sobre a situação do interior, e encaixar os demais assuntos na agenda de trabalho, na medida em que for se inteirando das tarefas do novo cargo, já que está no órgão há apenas pouco mais de uma semana. Para breve, uma nova reunião ficou agendada para o dia 12/03/15.

Foto (crédito): Ana Flávia Jacques