NOTÍCIAS » NÚMERO DE CANDIDATOS A CNH DE CARRO CAI QUASE 20% EM MG 

Comparativo leva em conta dados de 2015 e 2014; retração é a maior dos últimos 15 anos, informa sindicato

O presidente do Siprocfc-MG, Alessandro Dias, concedeu uma entrevista para o Jornal O Tempo sobre a queda na procura pela obtenção da CNH, em Minas Gerais.

Alessandro afirmou que existem vários fatores relacionados à queda, "Primeiro, há uma relação lógica em que, se vende um número menor de carros, vai impactar no número de pessoas que querem tirar carteira. Segundo, os custos aumentam porque a inflação impactou muito fortemente no preço dos combustíveis, que aumentam os custos de operação dos centros de formação de condutores. Por fim, houve uma redução da renda das pessoas, que acabam priorizando outros investimentos e deixando para tirar carteira depois”, por exemplo.

Confira, abaixo, a matéria na íntegra:

"Em um ano, o número de pessoas que tentaram tirar carteira de motorista para a categoria B (automóvel) caiu 19,8% no Estado. Em 2014, foram 173.212 candidatos ao exame de habilitação, e, no ano passado, 138.818. O dado representa a primeira queda significativa dos últimos 15 anos, segundo o Sindicato dos Proprietários de Centros de Formação de Condutores do Estado de Minas (SiproCFC-MG), e acompanha os resultados negativos na venda de carros, que apresentou retração de 26,5% em 2015, provocada pela crise econômica.

No caminho contrário à redução da demanda, as taxas cobradas pelo Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) e os pacotes de aulas em autoescolas dispararam, em alguns casos acima da inflação, em 10,67%. Com isso, atualmente, para conseguir tirar a carteira de motorista é necessário um investimento mínimo de R$ 2.000.

Para o presidente do SiproCFC-MG, Alessandro Dias, vários fatores relacionados à crise no Brasil provocam essa queda. “Primeiro, há uma relação lógica em que, se vende um número menor de carros, vai impactar no número de pessoas que querem tirar carteira. Segundo, os custos aumentam porque a inflação impactou muito fortemente no preço dos combustíveis, que aumentam os custos de operação dos centros de formação de condutores. Por fim, houve uma redução da renda das pessoas, que acabam priorizando outros investimentos e deixando para tirar carteira depois”, defendeu.

A delegada responsável pela divisão de habilitação do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), Maria Alice Faria, também culpa a crise pela retração. “É quase uma tradição a família pagar para que o filho tire carteira aos 18 anos. Com a queda na renda, isso deixou de ser prioridade em muitas famílias”, afirmou.

Tendência. Segundo Dias, o cenário ruim deve se manter em 2016. De janeiro a março de 2015, foram 34.964 inscritos para os exames da categoria B. No mesmo período deste ano, 29.901, o que representa uma queda de 14,4% em Minas.

A redução de candidatos também afeta a arrecadação do Estado. Se em 2014 o governo arrecadou R$ 247,6 milhões com os processos de habilitação, em 2015 esse valor caiu 3%, para R$ 240,9 milhões.

Motos

Carteira A. O número de inscritos para CNH de moto também caiu, mas menos do que para automóveis. Em 2015, 111.486 se inscreveram, contra 120.714 em 2014, redução de 7,6%

PUBLICADO EM 21/04/16 - 03h00

BERNARDO MIRANDA
DÉBORA COSTA / ESPECIAL PARA O TEMPO "

25 abr 2016 - O TempoVoltar