NOTÍCIAS » PARTILHA DE SIMULADOR DE DIREÇÃO BARATEIA AULAS EM 47%

Em Belo Horizonte, de acordo com o presidente do Siprocfc, Rodrigo Fabiano da Silva, das 275 autoescolas apenas quatro conseguiram adquirir o aparelho

Custo alto. Centros de formação de condutores estudam compartilhar os equipamentos, o que reduziria o custo da aula para candidatos

Pressionado pela resolução já em vigor do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) obrigando a compra dos simuladores de direção veicular pelas autoescolas, o Sindicato dos Proprietários dos Centros de Formação de Condutores de Minas (Siprocfc-MG) vai apresentar aos empresários, já a partir da próxima semana, uma proposta para a criação de centros de simulação onde as empresas poderão compartilhar os aparelhos. O preço médio do equipamento é R$ 38 mil. Com as parcerias, que poderiam ter números variados de autoescolas associadas e de simuladores, o valor do serviço poderia cair até 47%.

Em Belo Horizonte, de acordo com o presidente do Siprocfc, Rodrigo Fabiano da Silva, das 275 autoescolas apenas quatro conseguiram adquirir o aparelho. Mesmo sem ter o número de todo o Estado contabilizado, Silva acredita que somente cerca de 1% das 1.798 empresas de Minas já compraram o simulador. Repartir o custo dos aparelhos, portanto, poderia viabilizar a compra para os proprietários que não dispõem de recursos. Até o fim desta semana, a entidade pretende analisar todos os orçamentos das quatro empresas fornecedoras de simuladores no país.

“Fizemos, no fim de dezembro, uma reunião com o Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), que atendeu nossa solicitação para uso do simulador fora das sedes das autoescolas”, disse o representante do sindicato.

De acordo com ele, em uma autoescola que adquirir sozinha o simulador, o valor de cada aula no equipamento ficará entre R$ 60 e R$ 80 para o aluno. Compartilhando o aparelho com outros centros de formação, em um espaço terceirizado, esse preço pode ficar entre R$ 42 e R$ 47. A intenção do sindicato é alugar os simuladores em regime de comodato, onde a autoescola que usar menos o equipamento também pagará menos pelo aluguel.

“Vamos incentivar as empresas a criarem centros de simulação. A intenção é que em Belo Horizonte tenhamos de seis a sete centros. Dependendo da adesão, o sindicato também poderá ajudar a custear o espaço físico do centro”, adiantou Silva.

Para os empresários do setor, a medida é a melhor opção para a compra do simulador. “Seria o ideal por causa do custo e também por não termos o espaço necessário para o simulador. Não temos previsão de comprar”, disse Waldemir Pereira, diretor de ensino de uma autoescola no bairro Floresta, na região Leste.

Douglas Almeida, diretor de ensino de uma autoescola no centro da cidade, destacou a manutenção e o preço do simulador. “Ele custa mais que um carro zero quilômetro. Com os centros ficaria mais barato”.

Reuniões

Valores. Em uma semana, o Siprocfc deve analisar os orçamentos das quatro fornecedoras de simuladores do país. No fim do mês, o sindicato apresentará os valores e a proposta às autoescolas.

Saiba mais

Prazo. O sindicato das autoescolas de Minas afirmou ter pedido mais prazo para a implantação do simulador ao Detran-MG, o que foi negado. O sindicato estima que seriam necessários mais quatro meses para o cumprimento da resolução.

Encontro. Em fevereiro, com o resultado das visitas técnicas em mãos, o Denatran se reunirá com a Feneauto. O órgão acredita que não haverá alterações e novos prazos não serão concedidos.

Preocupação. Alunos das autoescolas estão preocupados, já que o processo para a obtenção da carteira de habilitação não poderá ser concluído até que a empresa adquira o simulador.

Órgão federal fará visitas aos Estados

Para avaliar a implantação dos simuladores e verificar a atuação dos Detrans estaduais na aplicação da nova regra, o Denatran fará visitas técnicas a diversos Estados no fim deste mês. O roteiro ainda não foi definido, mas serão visitados os locais com mais facilidades e dificuldades no uso do aparelho. Santa Catarina e Acre estão entre os mais avançados no tema, e Minas e Rio de Janeiro, entre os mais atrasados.

“Queremos ver o que tem de verdade nessa dificuldade toda que se aponta”, disse Maria Cristina Hoffmann, do Denatran.

Ordem de exames não será invertida

A possibilidade de permitir que os alunos comecem as aulas práticas de direção na rua antes mesmo de fazer o curso no simulador foi descartada pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) ontem. A mudança foi anunciada pelo chefe da Divisão de Habilitação do Detran de Minas, Anderson França Menezes, em entrevista à imprensa.

“Em nenhum momento houve esse assunto ou essa solicitação. O processo de habilitação tem as etapas que precisam ser cumpridas, e não faz sentido isso acontecer”, afirmou a coordenadora de Educação do Trânsito do Denatran, Maria Cristina Hoffmann. A reportagem tentou contato com o delegado do Detran durante a tarde de ontem, mas ele não foi encontrado.

No fim de dezembro, o órgão federal negou pedido da Federação Nacional das Autoescolas (Feneauto) para que o prazo para a implantação do simulador fosse estendido. “Os centros de condutores não estão fazendo a parte deles. Não é justo dar mais prazo”, concluiu Maria Cristina.

PUBLICADO EM 09/01/14 - 04h00
JOHNATAN CASTRO

Link da notícia em O Tempo: http://bit.ly/1di137i

09 jan 2014 - Site O TempoVoltar