Cérebro. Fundasono revela que duas horas a menos de descanso prejudicam processamento de informação Sono afeta 46% dos motoristas Maior parte dos acidentes acontece em vias retas e próximo ao teste Flávia Martins y Miguel A consequência de uma noite mal dormida pode se tornar um perigo tão iminente no trânsito quanto misturar álcool e volante. Estudos divulgados ontem pela Fundação Nacional do Sono (Fundasono) no I Seminário Brasileiro sobre Sono, Drogas e Trânsito em Belo Horizonte revelam que duas horas a menos de descanso aumentam em duas ou três vezes o tempo para o cérebro processar informação. E o mais curioso: os acidentes acontecem na maioria das vezes em vias retas e na proximidade do destino. "O condutor acha que está chegando, pode diminuir a atenção e acaba relaxando. |
Medicamentos "proibidos"
Motoristas devem redobrar os cuidados no trânsito, caso utilizem os seguintes remédios:
Anti-histamínico
ex.: Polaramine
Tranquilizantes
ex.: Fenotiazinas
Anfetaminas
ex.: Remédios consumidos para emagrecimento
Analgésicos
ex.: Codeína
Anti-distônico (Tipo de tranquilizante)
ex.: Diazepan
O taxista Josemar da Silva, 43, por pouco não morreu em um acidente de trânsito depois de passar uma noite em uma festa e pela manhã dirigir pela BR–381, sem dormir. Segundo Silva, ele saiu do município de Raul Soares, na Zona da Mata, em direção a Belo Horizonte. Já chegando à capital, ele afirma ter dormido com os olhos abertos. “Quando assustei, o carro já estava tombando”, contou. O vendedor João Luiz Viana, 27, passou por um susto na BR–262, indo para Guarapari (ES). Ele contou ter percebido o cochilo só depois de o carro sair da pista. (Andréa Silva)
Sorte
“Viajava sempre de Brasília para João Monlevade sem dormir. Quando o sono apertava, tomava Coca-Cola com café. Foi muita sorte não ter sofrido um acidente. Hoje não faço isso mais”
Paulo Lúcio dos Santos 57, Comerciante
Lição
“Nós sempre achamos que as coisas só acontecem com os outros. Fiquei muito assustado quando sofri um acidente por ter dirigido sem dormir. Foi uma grande lição”.
Josemar da Silva 43, Taxista