NOTÍCIAS » TROCANDO IDEIAS: ARTIGO DE WAGNER ALVES (CFC SÃO BERNARDO - BH)

Mais um artigo para o espaço “Trocando Ideias”. Dessa vez, quem enviou foi o diretor geral do CFC São Bernardo, de Belo Horizonte, Wagner Alves.

Confira, abaixo, na íntegra!

Obs.: os artigos publicados nesta sessão não reproduzem necessariamente a opinião do Siprocfc-MG e são de responsabilidade de seus autores


Surdos e as limitações na obtenção da CNH

Wagner Meira Alves (CFC São Bernardo - BH)

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em 2010, e outras pesquisas recentes realizadas por entidades não governamentais, existem no Brasil mais de 10 milhões de pessoas com alguma deficiência auditiva. Com isso, podemos estimar que, aproximadamente, 5% da população é surda. O processo de habilitação para estes cidadãos é quase impossível em função da falta de acessibilidade, tanto por parte dos órgãos competentes como das empresas credenciadas para esta prestação de serviço. Entretanto, este cenário pode mudar em um futuro breve.

O comprometimento da audição traz a estes brasileiros a dificuldade de enfrentar situações da vida cotidiana, ou mesmo de necessidades básicas de uma pessoa, como; oportunidade de estudos, negócios, emprego, diversão, saúde, independência na locomoção, entre outros.

A cada ano, os órgãos e a sociedade civil vêm reconhecendo a importância da inclusão para os surdos em vários setores. Um bom exemplo é a movimentação do órgão máximo normativo do Sistema Nacional de Trânsito, o Contran, que publicou a Resolução 558/15, que dispõe sobre a obrigatoriedade da Língua Brasileira de Sinais (Libras) no processo de habilitação, através de meios tecnológicos ou intérpretes para atender a este público.

Motivados a promover a inclusão destes cidadãos, levando oportunidade de poderem se habilitar e, principalmente, atendendo à lei, os Centros de Formação de Condutores (CFCs) podem abraçar esta causa nobre e inclusiva e ainda com a possibilidade de aumentar sua visibilidade perante à sociedade e, possivelmente, o faturamento.

Em todo o processo de habilitação, a etapa do curso de Legislação de Trânsito é a que mais gera desistência por parte dos surdos, pois não existem profissionais qualificados para atendê-los nos CFCs, o que torna a aprendizagem uma tarefa árdua e complexa. Apesar de encontrarmos CFCs atuando com candidatos com deficiência física, na qual se fazem necessárias apenas adaptações específicas no próprio veículo, isso não acontece com os candidato com deficiência auditiva, pois se faz necessária a requalificação dos profissionais para atender este público, desde a recepção no primeiro contato até o exame de direção.

Sabemos que é um desafio enorme para as empresas se adequarem, entretanto já é possível encontrar no mercado meios tecnológicos para facilitar a acessibilidade. Que haja interesse das empresas em abraçar a causa, com esforço e dedicação!



Se você quer participar, envie seu artigo para o email [email protected], com no máximo 3500 caracteres (não há mínimo) e uma foto própria em boa resolução.

Todos os textos recebidos passarão, antes, pelo crivo da diretoria de Educação para o Trânsito e por revisão da jornalista do Sindicato.

Não deixe de participar! Vamos dar visibilidade aos participantes e divulgar em nossos meios de comunicação, inclusive redes sociais (Instagram e Facebook), com os devidos créditos e menções.

23 nov 2021 - Comunicação - Siprocfc-MGVoltar